segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Todo o Tempo do Mundo

Tenho todo o tempo do mundo para amar
Tenho todo o tempo do mundo para construir
Os castelos de areia e de pedras
Que juramos ser só nossos
Tenho todo o tempo do mundo
Para te querer
Para te sentir
Para te amar
No infinito de mim!

Vittoria


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Amor


Depois disse Almitra:

“Fala-nos do Amor.”

Ele levantou a cabeça, contemplou o povo, e sentiu a calma instalar-se sobre todos. E Almustafá, com uma voz grandiosa declarou:

“Quando o amor vos acenar, sigam-no, ainda que os seus caminhos sejam difíceis e íngremes.
E quando as suas asas vos envolverem, abraçai-o, ainda que a espada escondida no meio da sua penugem vos possa ferir.
E quando ele falar convosco, acreditai nele, ainda que a sua voz possa destroçar os vossos sonhos, tal como o vento do norte devasta o jardim.

Pois mesmo quando o amor vos coroa, crucifica-vos e quando vos faz crescer, tolhe-vos.
Quando o amor se eleva à vossa altura e acaricia os ramos mais frágeis que vacilam ao sol, também se baixa até às vossas raízes, abanando-as quando se agarram à terra.
Quais feixes de milho, o amor junta-vos a ele.
Abana-vos para vos despir.
Peneira-vos para vos retirar a casca.
Mói-os até à brancura.
Amassa-vos até que fiqueis moles.
(…)
O amor não tem qualquer outro desejo senão o de acontecer.

Mas se amais e tiverdes desejos, deixai que estes sejam os vossos desejos:

Derreter e ser como um riacho que corre e canta a sua melodia à noite.

Conhecer a dor da ternura excessiva.

Sofrer pela nossa própria concepção de amor.

Sangrar com vontade e alegria.

Acordar com a alvorada e com o coração a levitar, dando graças por mais um dia e amor.

Repousar ao meio-dia e meditar sobre o êxtase do amor.

Regressar a casa, à noite, gratos.

E depois adormecer com uma oração pelo nosso amado e uma canção de louvor nos lábios.”


In: O profeta – Kahlil Gibran

sábado, 18 de setembro de 2010

Abraço


Tudo o que podemos alcançar são meras páginas que poderiam compor um livro que ficará para sempre inacabado

Tudo o que podemos alcançar são meras recordações que marcam aquilo que ainda não vivemos de um amor tão esperado

Tudo o que podemos alcançar são meros acasos que sabemos não existir dentro de mim e de ti naquele abraço aclamado

Tudo o que podemos alcançar são meras quimeras que voam ao vento sem direcção e que muitos encontros haviam quebrado

Tudo o que podemos alcançar é a esperança de um dia nos desfazermos nas ondas do mar esquecendo o tão já chorado

Tudo o que podemos alcançar: eu morro-te dentro de mim e tu despes-me d’ me ter num abraço do sangue derramado.

Vittoria (2010)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Consolo









Dentro da tristeza que sinto em não te ter só para mim
Está o consolo de saber que é a mim que amas
Dentro da tristeza que sentes em não me ter só para ti
Está o consolo em saberes que é a ti que amo
Dentro de mim e de ti…
Está a certeza que um dia estaremos juntos para sempre
Partilharemos aquilo que já sentimos como sendo nós
A outra parte que nos completa e dá vida dentro da morte
Desta morte que se torna vida no infinito


Vittoria (2009)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Encontrei-me com Shiva


Um colega por sentir que eu era uma nova aluna dizia “temos que estar aqui simplesmente para estar e deixar-nos ir, sem pensar em mais nada e sem tentar ser perfeitos”.

Escutei, entrei na sala que parecia uma divisão vinda directamente da Índia, ao fundo uma espécie de altar com o Deus Shiva, espectacular! Lindo! A professora acende um incenso, completa-se o ambiente perfeito.

Deixei-me ir sem saber muito bem onde iria, ou se chegaria a algum lugar, senti que cheguei dentro de mim, principalmente na fase final da aula dedicada ao relaxamento.
Há uma auto-observação do corpo, da respiração, do relaxamento mental e físico, é o milagre de nos observarmos a nós, de estarmos conscientes de cada gesto, cada movimento.

Decidi incluir o Yôga nas muitas coisas que vou fazendo na vida.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010