segunda-feira, 2 de maio de 2011

Desabafo na voz do poeta

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...


Fernando Pessoa

quinta-feira, 31 de março de 2011

Rui Veloso no seu melhor

Espero ter sempre todo o tempo do mundo para escutar o eco do coração...porque saber ouvir os outros e a nós mesmos é uma arte que só alguns sabem fazer.

sábado, 19 de março de 2011

S. Pedro do Sul


Há locais que enfeitiçam…


Quantas palavras soltas foram e serão para sempre lançadas nestas águas…quantos desejos…quantas esperanças?
Tu acolhes tudo, mesmo aquilo que magoa e nem te importas com isso.
A melodia da música suave contrasta com a pequena queda de água do teu leito… acolhes este bar sobre a água e tornas este espaço um paraíso indefinível no eterno de ti mesmo.

Vittoria

terça-feira, 8 de março de 2011

Ser Mulher



Ser Mulher
È gerar afectos
Aconchego matinal

É ter luz no olhar
É ter sexto sentido

De encontro
Com o plasma
Múltiplo da vida
…Nova que brota...

Ser mulher
É ser mãe

De Eros prisioneira
É ser lua no infinito
neste encontro...
É ser porto de abrigo

Vittoria "Dia Internacional da Mulher"

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quem sou eu?


Encontro-me no silêncio da noite,
no caminho já percorrido
e esquecido no tempo
O tempo que deixa de existir
cada vez que passo
para outra existência de mim.
De mim que não sei quem será,
que ainda não inventei
na plenitude do meu pensamento.
Pensamento
que atropela a alma inquieta
nesta existência,
que teima em ser rebelde
às lições já aprendidas…mas
que custam atracar naquilo
que os outros enxergam
do outro lado de mim.
Corpo de menina,
numa existência de mulher,
numa alma amadurecida
pelos sucessivos descansos
e desassossegos
que se vai encontrando
em cada encarnação de si.

Vittoria